ERVA VERMELHA

adaptação teatral da obra de Boris Vian

Tradução José Carlos Rodrigues
Encenação e adaptação Cristina Carvalhal
Realização plástica António Jorge Gonçalves
Interpretação Ana Lúcia Palminha, António Jorge Gonçalves, Flávia Gusmão, Pedro Carmo, Pedro Lacerda, Sara Cipriano e Tiago Mateus.

Estreia Teatro da Trindade – sala estúdio, 13 de Outubro de 2006


Wolf ama Lil e vice-versa. Para Wolf a vida é vazia e nem por isso triste, para Lil um corolário.
Folavril ama Saphir Lazuli e vice-versa.
Folavril não pensa, simplesmente vive e é doce. Saphir, para quem a vida é transcendente e impossível de qualificar, é amigo de Wolf.

Wolf construiu uma máquina do tempo para perceber onde é que aquilo começara. O tédio. Mas as sucessivas viagens no tempo apagam as recordações. Sem elas, poderá Wolf continuar a existir?

Esta é a história de um homem decepcionado, um cão velho que mia, uma máquina do tempo, um Uapiti que se deixa caçar, e outras dezassete personagens com diferentes ideias sobre o que é a felicidade.
Sob um céu demasiado baixo, uma solução que nos estralhaça vale mais do que qualquer incerteza?

A mulher, o cão, o amigo, a namorada do amigo, o Plouk, o bairro das amorosas, o negro que dança. Não pode ser só isto. A vida.

“Não se vive impunemente sem daí retirar o gosto fácil por uma certa ordem aparente. E nada mais fácil que tornarmos esse gosto extensível ao que nos rodeia” – diz Wolf, o protagonista desta história, que acusa os seus mestres de o terem feito pensar que podia existir um dia, algures, uma ordem ideal.
Mas se, como afirma Sartre, a existência precede a essência, o único universo que existe é o da subjectividade humana. O eu está condenado a essa indeterminação.
Seis actores e um desenhador em tempo real trazem para cena o universo de Boris Vian numa textura de vozes, imagens e sons.